I’ve got the perfect keyboard

18 Outubro, 2016review

Bom, sou um nerd no que toca a teclados. É que desde que há uns meses decidi comprar um novo teclado, dei por mim a cair num mundo estranho de aficionados. Foi contagiante. Rapidamente decidi caçar um teclado mecânico, mas isto de escrever com acentos e “cê” de cedilha é tramado. Há pouquíssimos teclados para Portugal, especialmente mecânicos.

Passaram-se semanas sem encontrar nada do meu agrado. Quase parece que o gosto por teclados é exclusivo de gamers. E parece que os gamers só gostam de ângulos estranhos e cores vermelhas. Logo eu, que prefiro o minimalismo. Quanto mais pesquisava mais eram os detalhes em que reparava. A certa altura parecia impossível encontrar algo que quisesse na minha secretária. Isto é, antes da WASD Keyboards.

WASD é uma empresa americana inteiramente dedicada a teclados e mais do que um vasto catálogo, tinham outra coisa que me interessava, personalização. Uma encomenda permite-nos escolher o número de teclas, a cor e tudo o que é impresso em cada uma delas. Problema do teclado em português: resolvido. Mas melhor, poderia escolher o tipo de letra, se se centra, se escrevo em minúsculas ou maiúsculas, desenhar os meus símbolos, etc.

Os dois dias seguintes foram passados a apreender um pouco sobre design aplicado aos teclados e a tentar perceber o que seria melhor para mim. Lá me decidi. Enviei o meu ficheiro e esperei. Esperei semana e meia para que o teclado finalmente chegasse.

Oh! E que maravilha que foi ver o meu conceito tornado realidade com tal precisão. É realmente um produto incrível, não só por todos os detalhes que pude encaixar, mas sobretudo pela excelente qualidade de construção e um design discreto. Até a própria marca está renegada a um autocolante no verso do teclado. Isto é importante porque significa que tudo o que está à vista tem uma função. É assim que deve ser. Já quanto às teclas em si e à sensação de escrever nelas, essa é mais difícil de descrever. Serem teclas mecânicas faz de facto uma grande diferença. A cada letra sente-se a pressão que transmite confiança e ao mesmo tempo que acalma. O melhor que posso fazer é recomendar que se experimente. Para mim vale definitivamente a pena.

A minha paixão por este teclado é de tal forma assoberbada que até fiz uma pequena sessão fotográfica. Chamem-lhe pornografia para nerds, eu cá não quero saber. Estou é contente que os meus queridos dedos possam desfrutar deste teclado durante os próximos anos.

EN.
I didn’t know this, but I’m a keyboard nerd. For the last couple of months I’ve been looking to upgrade my keyboard. This may look like an easy task, but apparently being Portuguese can make it much harder. The portuguese layout is rarely available, specially on mechanical keyboards. Being the eighth most spoken language in the world it’s not enough, unfortunately.

For weeks everything I found was made for gamers. Being a lover of minimalism and graphic design that was a hard look to swallow. With every search the attention to each detail grew: from the font used, to the physical traits, often exagerated without sense, everything was catching my eye, making it almost impossible to like something.

Until WASD Keyboards. WASD is an American company dedicated to everything keyboards.  Why were they a perfect fit for me? It wasn’t their vast catalog that impressed me, but the hability to personalize your order. Really personalize it, from the number of keys to the color of each key and what’s printed on them. That meant I could finally have a keyboard with my dear language, but also have control over the design of it.

Sure enough I passed the next two days obsessing about every single detail that goes on those little squares. Finally, when I had a file, I sent it and waited. I waited one and a half week until it arrived.

Oh! How wonderful it is to see your concept created into existence with such fine detail. It’s indeed an exquisite keyboard not just for all the personal quirks I got to put into it, but mostly for the great built quality and discrete design. Even the branding was neglected to the bottom of the keyboard with a removable sticker. Everything on site is essencial, as it should be. As for the keys itself and the feeling of typing on it, that’s the one part I can’t describe or show you. Having mechanical switches does make a lot of difference. Every key stroke instills much more confidence but is soothing at the same time. The best I can do is recommend it to you. It sure is worth it to me.

My love for this keyboard is such I even made a photo session with it. You can call it keyboard porn, whatever. I’m just glad my fingers and eyes will be enjoying this beauty for years to come.

Jantar de Verão e a Fujifilm X-Pro 2

10 Setembro, 2016fotografia, review

Adoro fotografia, interessa-me o seu lado artístico e as histórias que cada imagem pode trazer consigo. No entanto, nos últimos anos o aspeto técnico tem-me cativado de igual forma, por isso não é de estranhar que tenha reagido como um menino na noite de natal quando o John Gallo trouxe o seu equipamento fotográfico para um jantar cá em casa.

A nós juntaram-se a Cátia e do Dani para um serão agradável, já a experiência com a nova X-Pro 2… também o foi. É uma câmara sólida e com um design lindíssimo que é completado pelas fantásticas objetivas da marca que para lá da irrepreensível qualidade óptica são, na sua maioria, compactas e leves. O botão de seletor de foco faz toda a diferença no uso da câmara. Custa a crer que este joystick não seja padrão em qualquer máquina fotográfica. Já com as imagens no computador, é surpreendente o quão flexíveis são os ficheiros raw. Há imenso detalhe nas sombras para recuperar mesmo usando um ISO alto que, pela minha parca experiência com câmaras, tem pouquíssimo grão e o que tem até é agradável.

Pontos fracos? A ausência de um tilt-screen dói. Para planos menos comuns, a opção de rodar o ecrã e colocar a câmara junto ao chão, ou levantar os braços e mesmo assim ver o enquadramento é importante no meu trabalho. A precisão do foco em ambientes escuros ainda deixa a desejar comparando com a minha Canon 80D, ou até a pequena Sony RX100MkIV, o que me surpreendeu… Por fim, o botão para selecionar o ISO é um passo atrás. Já elogiei o design desta câmara e uma das razões prende-se pela inspiração que vão buscar às câmaras de filme, mas ter que puxar o botão para cima e rodá-lo sempre que quero mudar o ISO é tudo menos prático. É uma operação impossível de fazer sem que pare o que estou a fotografar para olhar para o botão, rodá-lo com esforço e só depois retomar o enquadramento. Menos mau é poder atribuir a função do ISO a um dos botões personalizáveis e daí selecionar no visor o ISO pretendido, isto sim, já seria possível sem desfazer o enquadramento.

Nunca existirá uma câmara perfeita, e no meio dos seus defeitos, esta X-Pro 2 está mais perto da perfeição que muitas outras. As imagens que dela saem são surpreendentes, aqui ficam algumas feitas de forma descontraída. Agora para ler uma review séria, recomendo gente séria. Na verdade eu só queria jantar, mas aconteceu isto.

Fujifilm X-pro 2, XF23mmF1.4 R 1/450 sec a f/1.6, ISO 3200. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/40 sec a f/1.6, ISO 800. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF23mmF1.8 R 1/550 sec a f/1.6, ISO 8000. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/70 sec a f/1.6, ISO 800. Processado com Lightroom. Ilustração de L Filipe dos Santos. Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/70 sec a f/1.6, ISO 800. Processado com Lightroom. Ilustração de L Filipe dos Santos.
Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/70 sec a f/1.4, ISO 5000. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/105 sec a f/1.4, ISO 3200. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF23mmF1.4 R 1/340 sec a f/1.4, ISO 3200. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF56mmF1.2 R 1/55 sec a f/1.6, ISO 800. Processado com Lightroom.
Fujifilm X-pro 2, XF23mmF1.4 R 1/480 sec a f/1.4, ISO 3200. Processado com Lightroom.