Todos os anos, ao visitar a estufa do Chão das Artes – Jardim Botânico da Casa da Cerca, em Almada -, irão deparar-se com uma exposição diferente. Desde da sua génese que este espaço procura explorar a ligação entre as artes plásticas e natureza. Fá-lo descontruíndo uma obra e olhando além do seu produto final. Foca-se essencialmente nos materiais utilizados e de como estes influenciam e moldam a própria técnica.
Lá, os visitantes são convidados a conhecer o jardim e as várias aplicações artísticas dessas plantas. Mostra-se a origem da tinta-da-china ou as diferentes utilizações do bambu. Explica-se um pouco da tela e de como as fibras da Cannabis sativa L. fazem parte da sua constituição. Ou de como da videira se podem extrair as cores roseta, vermelhão e até preto.
Aprender-se um pouco por todo o jardim, no entanto, boa parte desta informação está condensada na Estufa para a qual este ano eu fui convidado a organizar graficamente esta informação. O resultado são doze painéis com cerca de dois metros cada um. Tons claros para o fundo, grafia legível, bilíngue e dezenas de imagens cuidadosamente escolhidas contribuíram para o resultado final que se quer, sobretudo, acessível e informativo. Sem complicações.
Uma nota de apreço para a equipa que gere este espaço, pela liberdade que dão à criação não só dos artistas que acolhem, mas pelo respeito demonstrado por todas as fases criativas, incluindo o design. Obrigado.